segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ai dos despreocupados

Ai dos despreocupados (episódio bíblico)

Todas as passagens da Bíblia sobre o episódio "Ai dos despreocupados".

Amós 6

1 Ai de vocês
que vivem tranquilos em Sião
e que se sentem seguros
no monte de Samaria;
vocês, homens notáveis
da primeira entre as nações,
aos quais o povo de Israel recorre!
2 Vão a Calné e olhem para ela;
depois prossigam até a grande Hamate
e, em seguida, desçam até Gate,
na Filístia.
São elas melhores
do que os seus dois reinos?
O território delas
é maior do que o de vocês?
3 Vocês acham que estão afastando
o dia mau,
mas na verdade estão atraindo
o reinado do terror.
4 Vocês se deitam em camas de marfim
e se espreguiçam em seus sofás.
Comem os melhores cordeiros
e os novilhos mais gordos.
5 Dedilham suas liras como Davi
e improvisam em instrumentos musicais.
6 Vocês bebem vinho em grandes taças
e se ungem com os mais finos óleos,
mas não se entristecem
com a ruína de José.
7 Por isso vocês estarão
entre os primeiros a ir para o exílio;
cessarão os banquetes
dos que vivem no ócio.

A condenação dos profetas falsos

A condenação dos profetas falsos (episódio bíblico)

Todas as passagens da Bíblia sobre o episódio "A condenação dos profetas falsos".

Ezequiel 13

1 A palavra do Senhor veio a mim. Disse ele:
2 "Filho do homem, profetize contra os profetas de Israel que estão profetizando agora. Diga àqueles que estão profetizando pela sua própria imaginação: Ouçam a palavra do Senhor!
3 Assim diz o Soberano, o Senhor: Ai dos profetas tolos que seguem o seu próprio espírito e não viram nada!
4 Seus profetas, ó Israel, são como chacais no meio de ruínas.
5 Vocês não foram consertar as brechas do muro para a nação de Israel, para que ela pudesse resistir firme no com­bate do dia do Senhor.
6 Suas visões são falsas; suas adivinhações, mentira. Dizem 'Palavra do Senhor', quando o ­Senhor não os enviou; contudo, esperam que as suas palavras se cumpram.
7 Acaso vocês não tiveram visões falsas e não pronunciaram adivinhações mentirosas quando disseram 'Palavra do Senhor', mesmo eu não tendo falado?
8 "Portanto assim diz o Soberano, o Senhor: Por causa de suas palavras falsas e de suas visões mentirosas, estou contra vocês. Palavra do Soberano, o Senhor.
9 Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e proferem adivinhações mentirosas. Eles não pertencerão ao conselho do meu povo, não estarão inscritos nos registros da nação de Israel e não entrarão na terra de Israel. Então vocês saberão que eu sou o Soberano, o Senhor.
10 "Porque fazem o meu povo desviar-se dizendo-lhe 'Paz' quando não há paz e, quando constroem um muro frágil, passam-lhe cal,
11 diga àqueles que lhe passam cal: Esse muro vai cair! Virá chuva torrencial, e derramarei chuva de pedra, e rajarão ventos violentos.
12 Quan­do o muro desabar, o povo lhes perguntará: 'Onde está a caiação que vocês fizeram?'
13 "Por isso, assim diz o Soberano, o Senhor: Na minha ira permitirei o estouro de um vento violento, e na minha indignação chuva de pedra e um aguaceiro torrencial cairão com ímpeto destruidor.
14 Despedaçarei o muro que vocês caiaram e o arrasarei para que se desnudem os seus alicerces. Quando ele cair, vocês serão destruídos com ele; e saberão que eu sou o Senhor.
15 Assim esgotarei minha ira contra o muro e contra aqueles que o caiaram. Direi a vocês: O muro se foi, e também aqueles que o caiaram,
16 os profetas de Israel que profetizaram sobre Jerusalém e tiveram visões de paz para ela quando não havia paz. Palavra do Soberano, o Senhor.
17 "Agora, filho do homem, vire o rosto contra as filhas do seu povo que profetizam pela sua própria imaginação. Profetize contra elas
18 e diga: Assim diz o Senhor,o Soberano: Ai das mulheres que costuram berloques de feitiço em seus pulsos e fazem véus de vários com­primentos para a cabeça a fim de enlaçarem o povo. Pensam que vão enlaçar a vida do meu povo e preservar a de vocês?
19 Vocês me profanaram no meio de meu povo em troca de uns punhados de cevada e de migalhas de pão. Ao mentirem ao meu povo, que ouve mentiras, vocês mataram aqueles que não deviam ter morrido e pouparam aque­les que não deviam viver.
20 "Por isso, assim diz o Soberano, o Senhor: Estou contra os seus berloques de feitiço com os quais vocês prendem o povo como se fossem passarinhos, e os arrancarei dos seus braços; porei em liberdade o povo que vocês prendem como passarinhos.
21 Rasgarei os seus véus e libertarei o meu povo das mãos de vocês, e ele não será mais presa do seu poder. Então vocês saberão que eu sou o Senhor.
22 Vocês, mentindo, desencorajaram o justo contra a minha vontade e encorajaram os ímpios a não se desviarem dos seus maus caminhos para salvarem a sua vida.
23 Por isso, vocês não terão mais visões falsas e nunca mais vão praticar adivinhação. Livrarei o meu povo das mãos de vocês. E então vocês saberão que eu sou o Senhor".

Profetas falsos

Profetas falsos (episódio bíblico)

Todas as passagens da Bíblia sobre o episódio "Profetas falsos".

Miquéias 2

6 "Não preguem",
dizem os seus profetas.
"Não preguem acerca dessas coisas;
a desgraça não nos alcançará."
Ó descendência de Jacó,
7 é isto que está sendo falado:
"O Espírito do Senhor perdeu a paciência?
É assim que ele age?"
"As minhas palavras fazem bem
àquele cujos caminhos são retos.
8 Mas ultimamente como inimigos,
vocês atacam o meu povo.
Além da túnica, arrancam a capa
daqueles que passam confiantes,
como quem volta da guerra.
9 Vocês tiram as mulheres do meu povo
de seus lares agradáveis.
De seus filhos vocês removem
a minha dignidade para sempre.
10 Levantem-se, vão embora!
Pois este não é o lugar de descanso,
porque ele está contaminado
e arruinado,
sem que haja remédio.
11 Se um mentiroso e enganador
vier e disser:
'Eu pregarei para vocês fartura de vinho
e de bebida fermentada',
ele será o profeta deste povo!

A condenação dos profetas falsos

A condenação dos profetas falsos (episódio bíblico)

Todas as passagens da Bíblia sobre o episódio "A condenação dos profetas falsos".

Ezequiel 13

1 A palavra do Senhor veio a mim. Disse ele:
2 "Filho do homem, profetize contra os profetas de Israel que estão profetizando agora. Diga àqueles que estão profetizando pela sua própria imaginação: Ouçam a palavra do Senhor!
3 Assim diz o Soberano, o Senhor: Ai dos profetas tolos que seguem o seu próprio espírito e não viram nada!
4 Seus profetas, ó Israel, são como chacais no meio de ruínas.
5 Vocês não foram consertar as brechas do muro para a nação de Israel, para que ela pudesse resistir firme no com­bate do dia do Senhor.
6 Suas visões são falsas; suas adivinhações, mentira. Dizem 'Palavra do Senhor', quando o ­Senhor não os enviou; contudo, esperam que as suas palavras se cumpram.
7 Acaso vocês não tiveram visões falsas e não pronunciaram adivinhações mentirosas quando disseram 'Palavra do Senhor', mesmo eu não tendo falado?
8 "Portanto assim diz o Soberano, o Senhor: Por causa de suas palavras falsas e de suas visões mentirosas, estou contra vocês. Palavra do Soberano, o Senhor.
9 Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e proferem adivinhações mentirosas. Eles não pertencerão ao conselho do meu povo, não estarão inscritos nos registros da nação de Israel e não entrarão na terra de Israel. Então vocês saberão que eu sou o Soberano, o Senhor.
10 "Porque fazem o meu povo desviar-se dizendo-lhe 'Paz' quando não há paz e, quando constroem um muro frágil, passam-lhe cal,
11 diga àqueles que lhe passam cal: Esse muro vai cair! Virá chuva torrencial, e derramarei chuva de pedra, e rajarão ventos violentos.
12 Quan­do o muro desabar, o povo lhes perguntará: 'Onde está a caiação que vocês fizeram?'
13 "Por isso, assim diz o Soberano, o Senhor: Na minha ira permitirei o estouro de um vento violento, e na minha indignação chuva de pedra e um aguaceiro torrencial cairão com ímpeto destruidor.
14 Despedaçarei o muro que vocês caiaram e o arrasarei para que se desnudem os seus alicerces. Quando ele cair, vocês serão destruídos com ele; e saberão que eu sou o Senhor.
15 Assim esgotarei minha ira contra o muro e contra aqueles que o caiaram. Direi a vocês: O muro se foi, e também aqueles que o caiaram,
16 os profetas de Israel que profetizaram sobre Jerusalém e tiveram visões de paz para ela quando não havia paz. Palavra do Soberano, o Senhor.
17 "Agora, filho do homem, vire o rosto contra as filhas do seu povo que profetizam pela sua própria imaginação. Profetize contra elas
18 e diga: Assim diz o Senhor,o Soberano: Ai das mulheres que costuram berloques de feitiço em seus pulsos e fazem véus de vários com­primentos para a cabeça a fim de enlaçarem o povo. Pensam que vão enlaçar a vida do meu povo e preservar a de vocês?
19 Vocês me profanaram no meio de meu povo em troca de uns punhados de cevada e de migalhas de pão. Ao mentirem ao meu povo, que ouve mentiras, vocês mataram aqueles que não deviam ter morrido e pouparam aque­les que não deviam viver.
20 "Por isso, assim diz o Soberano, o Senhor: Estou contra os seus berloques de feitiço com os quais vocês prendem o povo como se fossem passarinhos, e os arrancarei dos seus braços; porei em liberdade o povo que vocês prendem como passarinhos.
21 Rasgarei os seus véus e libertarei o meu povo das mãos de vocês, e ele não será mais presa do seu poder. Então vocês saberão que eu sou o Senhor.
22 Vocês, mentindo, desencorajaram o justo contra a minha vontade e encorajaram os ímpios a não se desviarem dos seus maus caminhos para salvarem a sua vida.
23 Por isso, vocês não terão mais visões falsas e nunca mais vão praticar adivinhação. Livrarei o meu povo das mãos de vocês. E então vocês saberão que eu sou o Senhor".

Profecias falsas e profetas falsos Deus vai pegar todos

Profecias falsas e profetas falsos (episódio bíblico)

Todas as passagens da Bíblia sobre o episódio "Profecias falsas e profetas falsos".

Jeremias 23

33 "Quando este povo ou um profeta ou um sacerdote perguntar a você: 'Qual é a mensa­gem pesada da qual o Senhor o encarregou?', diga-lhes: Vocês são o peso! E eu os abandonarei", declara o Senhor.
34 "Se um profeta ou um sacerdote ou alguém do povo afirmar: 'Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou', eu castigarei esse homem e a sua família.
35 As­sim dirá cada um de vocês ao seu amigo ou parente: 'O que o Senhor respondeu? O que o Senhor falou?'
36 Nunca mais mencionem a expressão 'Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou', senão essa palavra se tornará uma 'carga' para aquele que a proferir; porque vocês distorcem as palavras do Deus vivo, do Senhor dos Exércitos, do nosso Deus.
37 É assim que vocês dirão ao profeta: 'Qual é a resposta do Senhor para você?' ou 'O que o Senhor falou?'
38 Mas, se vocês disserem: 'Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou' ", assim diz o Senhor: "Vocês dizem: 'Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou', quando eu os adverti de que não dissessem isso.
39 Por isso eu me esquecerei de vocês e os lançarei fora da minha presença, juntamente com a cidade que dei a vocês e aos seus antepassados.
40 Trarei sobre vocês humilhação perpétua, vergonha permanente, que jamais será esquecida"

os dez leprosos

Dez leprosos (CC)
(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)




11 E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio da Samaria e da Galileia; 12 E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe, 13 E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós.
14 E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.
15 E um deles, vendo que estava são, voltou, glorificando a Deu em alta voz; 16 E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.
17 E, respondendo Jesus, disse; Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? 18 Não houve quem voltasse, para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? 19 E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.

Introdução
Este acontecimento que acabamos de ler, da cura dos dez leprosos, deu-se já nos últimos dias da vida do Mestre.
Lucas diz-nos que Jesus caminhava para Jerusalém e atravessou a Galileia e a Samaria. Portanto ele caminhava para sul.
Esta informação, parece que não tem nada de especial. Jesus atravessou a Galileia.
Mas atravessar a Samaria, é que não era habitual nessa época. Devido ao tradicional ódio entre esses dois povos, geralmente os judeus só se aventuravam a atravessar a Samaria se formassem um grupo grande e bem organizado e armado. Se fosse um pequeno grupo como o de Jesus com os seus discípulos, seria muito perigoso passar pela Samaria.
Mas o nosso Mestre, não só atravessou a Samaria, como até entrou em aldeias de samaritanos.
Certamente que a fama de Jesus já era bem conhecida, e penso que nesta época, o Mestre já se começava a demarcar da mentalidade judaica que esperava um Messias judeu, para libertar os judeus, e estabelecer um grande império em que  os outros povos seriam subjugados, à semelhança dos antigos reis de Israel.
Jesus entra em aldeias de samaritanos, pois o Messias veio para todos os povos, não para os dominar pela força, mas para morrer por eles.
Diz o texto bíblico, na tradução da Ferreira de Almeida, que quando Jesus entrava em certa aldeia da Samaria, saíram-lhe ao encontro “dez homens leprosos. Noutras traduções, como a Boa Nova, está a expressão “dez doentes com lepra”, na Jerusalém ou na TOB que é das melhores traduções em francês aparece a expressão “dez leprosos” e na velha tradução de Matos Soares aparece “dez homens com lepra”. Tentei investigar essa diferença pedindo ajuda a quem conhece as línguas originais e afinal, no grego havia uma palavra para designar o homem leproso, outra palavra diferente para a leprosa e ainda outra expressão que não definia propriamente se era homem ou mulher. Mas é a primeira palavra, que designa homens leprosos, que está nas cópias dos manuscritos.
Parece um pormenor um tanto estranho, pois na Samaria dessa época havia certamente mais mulheres do que homens, não só porque nasciam mais mulheres, como também porque os homens é que serviam na guerra e morriam mais cedo.
Não encontrei uma explicação para isto. Mas penso que o mais provável é que, além dos dez homens haveria também mulheres e crianças, que de acordo com essa cultura, não foram mencionadas. Aliás, isso acontece em muita outras passagens bíblicas, que referem tantos homens... não contando a mulheres e crianças... Assim, talvez o grupo fosse ainda maior que estes dez.
Também não sabemos quem eram estes homens. Temos somente esta informação. Dez homens leprosos.... Não há passagens paralelas, pois somente Lucas nos descreve este acontecimento. Este é o Evangelho mais pormenorizado, pois Lucas, preocupou-se em investigar e registar tudo o mais metodicamente e o mais pormenorizadamente que lhe foi possível.
Mas Lucas era médico. Ele sabia muito bem o que era a lepra. Para quê acrescentar mais pormenores ?
Que interesse teria dizer que, por exemplo,  um era um corajoso zelote, outro um intelectual saduceu, outro um consagrado fariseu. Isso eram coisas do passado. Lucas regista a realidade  quando se deu o encontro com Jesus.
Se havia no grupo algum rico saduceu, este deixara já a sua casa, para onde nunca mais iria voltar...
Se havia algum fariseu habituado a isolar-se dos impuros, já não havia motivo para isso, agora que ele próprio se tornara um leproso, de quem até os mais impuros se afastavam....
Há várias passagens no V.T. sobre a lepra, mas vou limitar-me a mencionar Números 5:1/3
1 E falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 Ordena aos filhos de Israel que lancem fora do arraial a todo o leproso, e a todo o que padece de fluxo, e a todos os imundos por causa de contacto com algum morto. 3 Desde o homem até à mulher os lançareis; fora do arraial os lançareis, para que não contaminem os seus arraiais, no meio dos quais eu habito.
Hoje em dia, graças a Deus, já é possível controlar o alastramento da lepra e em certos casos mesmo a sua cura, mas nessa época a medicina ainda não estava tão desenvolvida e a lepra não podia ser controlada. A única solução era isolar o doente de lepra, para que esta não contagiasse as outras pessoas e o doente, coitado, tinha de ir para lugares desérticos à espera da morte.
A única ajuda possível.... não era a dos seus familiares ou amigos mais íntimos. Muito menos seria a ajuda dos religiosos, que de acordo com a Lei de Moisés os mandavam escorraçar para irem morrer em lugares desérticos.
A única ajuda possível era a de outros leprosos como ele.
Segundo uma antiga descrição, as úlceras vinham gradualmente nas diferentes partes do corpo, o cabelo caía, as sobrancelhas desaparecem, as unhas amolecem e caem e mais tarde os dedos das mãos e dos pés apodrecem e caem, as gengivas contraem-se e os dentes desaparecem, os olhos, o nariz, a língua, pouco a pouco desaparecem. 
Diz ainda a mesma antiga descrição, que certo dia, ao entrar em Jerusalém pela porta de Jafa, viu um grupo de mendigos sem olhos, sem narizes, sem cabelos, erguendo braços sem mãos, emitindo sons inarticulados, saídos de gargantas desfeitas pelas úlceras.....
A descrição de Lucas está correcta. Eram dez homens na horrível situação de leprosos, com tudo que a palavra leproso significava na cultura dos judeus.
Como os irmãos sabem, o leproso era escorraçado para fora dos lugares habitados. Não podia chegar ao pé de outras pessoas, e quando se aproximava tinha de parar ao longe e gritar “Imundo... Imundo...”
Penso que esta passagem pode ser examinada sob dois aspectos:

1) Aspecto doutrinário.
Vejamos em primeiro lugar o aspecto doutrinário.
Qual foi a reacção de Jesus?
Temos aqui no versículo 14: E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes....
Certamente que muitos teólogos fundamentalistas ferrenhos, serão capazes de dizer: Estão a ver ?!!!  Jesus aponta para a Lei do Antigo Testamento, pois a Lei é eterna e imutável... Jesus não veio destruir Lei... Ai de quem não cumprir a lei do dízimo, do sábado e outras que estão, e sempre estarão em vigor.  
Que podemos pensar desta afirmação do Mestre?
Realmente, parece que o Mestre apoia a Velha Lei.
Mas o que determinava a Lei de Moisés para estes casos?
Podemos ler em Levítico 13:4/6
4 Mas, se a empola na pele da sua carne for branca, e não parecer mais profundado do que a pele, e o pêlo não se tornou branco, então o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias; 5 E ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu parecer, parou e a praga na pele se não estendeu, então o sacerdote o encerrará por outros sete dias; 6 E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então o sacerdote o declarará por limpo; apostema é; e lavará os seus vestidos, e será limpo.
Então, quantos dias é que eles teriam de lá ficar em observação, antes do milagre de Jesus ser confirmado pelo sacerdote? Seria pelo menos duas semanas.
Parece que de início, todos eles obedeceram, possivelmente com pouca convicção. Mas depois sentem-se curados e é nessa altura que se lhes coloca a grande decisão. Que fazer nessa altura?!!
Cumprir todos os preceitos da Velha Lei, que os iria manter ocupados durante essas duas semanas, para depois oferecer sacrifícios de aves a quem não os pudera curar? Ou esquecer a velha Lei e voltar para dar glória ao Mestre?
Afinal, o samaritano parece que foi o único que transgrediu os preceitos da Velha Lei, que os outros, tudo nos indica que foram cumprir escrupulosamente.
Parece que estamos perante duas atitudes possíveis do crente. Ou o caminho da Lei, ou o da liberdade que Jesus nos oferece... Liberdade até para ultrapassar a Velha Lei, em obediência a outros valores muito superiores.
Nada conseguiu impedir que o samaritano voltasse para Jesus, louvando a Deus em alta voz.
E qual foi a atitude do Mestre, perante esse leproso que não cumpriu os preceitos da sua purificação e que em vez de parar ao longe para gritar: Imundo... imundo, se aproximou, dando glória ao verdadeiro Deus, ao Pai revelado por Jesus?
Penso que Jesus apoiou a atitude do samaritano, que afinal, foi o único que não cumprindo a Lei de Moisés, seguiu uma outra Lei.
Mas que Lei é essa ? Podem certamente perguntar. Onde está escrita essa nova Lei? 
Penso que temos a resposta, até mesmo no Antigo Testamento, em Jeremias 31:33 Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Tinha chegado o momento de Deus cumprir a sua promessa e de se tornar conhecido a todo o povo e a todos os povos... incluindo os samaritanos. As antigas expressões “Casa de Israel” e “Povo do Senhor” teriam de ser interpretadas no novo contexto neotestamentário. 

2) Aspecto humano
Mas, penso que não podemos ficar por estas considerações teológicas, um tanto teóricas e indiferentes à realidade vivida pelos leprosos.
Já mencionamos o horror que era a vida dos leprosos, mas gostaria de alertar os prezados irmão para um outro pormenor, porque há um aspecto positivo no meio de todo este horror. 
Vemos aqui um autêntico milagre. Pois aquilo que a religião não conseguiu fazer, afinal a lepra conseguiu. 
É que os leprosos, apesar de afastados de seus familiares e amigos, apesar de divididos pela sua raça, divididos pela sua genealogia, divididos pela própria teologia, eles eram muito unidos entre si.
Talvez pudéssemos dizer que estavam unidos pela desgraça. Aqueles que viviam separados por pertencerem a seitas diferentes e que anteriormente até se odiavam, constituíam agora uma nova família. Tinham de se ajudar mutuamente.
Principalmente quando a doença se agravava e as mãos se desfaziam, mais dependentes ficavam dessa interajuda. Para onde quer que fosse algum deles, todos os outros o acompanhavam. Eram muito unidos, porque não tinham outros amigos, não tinham outra família. Eles eram escorraçados por todos os puros. Só outro leproso, só outro imundo os poderia ajudar.
Sabemos, por esta descrição de Lucas,  que um dos leprosos até era samaritano !!!. ...
Como sabemos, entre judeus e samaritanos havia um ódio que já vinha de várias gerações. Todos os dias, ao por do sol, os judeus mais piedosos voltavam-se na direcção de Samaria para amaldiçoar os samaritanos. Mas parece que tudo isso foi esquecido pela triste realidade do presente. É que já não havia mais judeus nem samaritanos. Eram todos leprosos.
Diz aqui que eles pararam a certa distância o que era habitual, e era obrigatório pela Velha Lei, pois tratava-se de leprosos, mas em vez de gritarem “Imundo... imundo”, a sua exclamação foi outra. Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. Podemos dizer que isto foi a oração dos leprosos.
Eles eram judeus, e tinham uma antiga tradição litúrgica. Essa era uma das diferenças entre o povo de Israel e os outros povos. Enquanto os outros povos davam mais ênfase aos sacrifícios, por vezes até sacrifícios humanos e não há muita informação sobre as suas orações, sabemos que os judeus oravam ao nascer do sol e ao por do sol, antes e depois das refeições mas estava quase tudo normalizado. Eram mais rezas do que orações, embora muitas dessas orações tivessem chegado aos nossos dias através dos Salmos.
Os leprosos, como judeus que eram, deviam saber de cor muitos dos Salmos que temos nas nossas bíblias, mas nessa altura, quando viram a Jesus, parece que nada disso servia para expressar os seus pensamentos.
Eu sinto que não sou a pessoa indicada para falar nisto. Mas, perguntem a quem já esteve muito doente no hospital, quando é que orou com mais convicção, se foi num culto na igreja ou se foi quando esteve sozinho na cama do hospital, quando sentiu as forças a faltar e não sabia quando é que iria à presença do Senhor. 
Quando o homem descobre sua doença física ou espiritual, quando sente a sua fraqueza, não necessita que ninguém o venha ensinar a orar.  Apesar de serem judeus e de tantas vezes terem recitado os Salmos, eles nunca tinham orado assim. Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós.
Vale a pena meditar na resposta de Jesus.
Às vezes o Senhor responde sim, outras vezes é não, e outras vezes manda esperar. Mas, parece que desta vez temos ainda outra resposta possível.
O Senhor manda-os ao sacerdote, que nessa cultura correspondia mais ou menos ao nosso médico delegado de saúde. Eram os levitas que exerciam essas funções, de zelar pela saúde pública.
Podemos imaginar o que devem ter pensado alguns dos leprosos. Talvez inicialmente tivessem ficado desiludidos, e nessa altura Satanás deve ter insinuado as maiores dúvidas. Para que é que vocês vão ao sacerdote, se ainda estão doentes?...  É para serem mais uma vez escorraçados pelos sacerdotes?... Isso não vai dar resultado... Afinal, esse Jesus é como os outros. Não orou nem receitou nenhum medicamento ou lavagem ritual.... Mandar ao sacerdote é uma maneira de nos afastar...
Mas, apesar de tudo, eles foram aos sacerdotes.
Diz aqui .... E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.
Muitas vezes o Senhor actua com colaboração humana. Só depois deles iniciarem o caminho para o sacerdote, só depois dessa prova de fé e de obediência, mesmo que a fé fosse fraca... é que se manifesta o poder do Senhor.
Mas vejamos o que aconteceu depois que os dez leprosos foram curados. É que esta é a parte mais estranha.
Eu bem gostaria de saber desenvolver este pormenor, e de apresentar uma boa exortação sobre o assunto... Mas afinal, é melhor dizer que não consigo compreender o que se passou em seguida e queria compartilhar com os irmãos a minha admiração e a minha desilusão.
A descrição de Lucas conta o caso estranho de um dos leprosos voltar sozinho. Não era natural. Os leprosos andavam sempre juntos até à morte. Que se terá passado?
Depois do Senhor os curar, quando seria de esperar que eles manifestassem a sua fé, dessem glória a Deus e fossem mais unidos do que nunca. Parece...... que a união entre eles desapareceu, porque já não havia mais os dez leprosos. Em seu lugar estava o aguerrido zelote Senhor A, o intelectual saduceu Senhor B ou o consagrado fariseu Senhor C....
Talvez depois desta experiência, o zelote se tenha tornado o mais valente entre os da sua seita. Talvez o saduceu se tenha tornado o mais estudioso entre todos os intelectuais saduceus e o fariseu o mais religioso e o mais consagrado entre todos os fariseus. Eles voltaram para os seus, e talvez tenham agradecido a Deus de acordo com as suas tradições.
Mas será que me devo admirar com esta passagem? Afinal, não é isto que se passa mais ou menos, nas enfermarias dos nossos hospitais?
A amizade e solidariedade que se cria entre doentes do mesmo quarto, também desaparece quando são curados, quando têm alta do hospital, quando voltam para os seus e normalmente nunca mais sabem uns dos outros nem se lembram dos médicos e dos enfermeiros que os trataram.
Não é isto que se passa com muitas igrejas, que inicialmente são pequenos grupos de crentes, por vezes sem pastor e sem um edifício apropriado, mas em que há amor e união e que mais tarde, quando conseguem construir o seu templo e arranjar um Pastor, quando tudo parece que está bem é que surgem os problemas e divisões entre os crentes? 
Mas houve um leproso que voltou.... e Jesus perguntou: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?
Vemos também, como a gratidão é rara.  Mas, não é isso que se passa connosco? Dos dez leprosos só voltou um.... Um para dez, ou somente dez por cento se preocupa em agradecer.
Se nos lembrarmos das nossas orações... o que é que predomina nas nossas orações? São os pedidos ou é o louvor e o agradecimento pelo que temos ?
Lucas não nos diz, porque é que só o samaritano é que voltou. O que terá acontecido quando se sentiram já curados?
Será que nessa altura ele foi afastado do grupo por ter voltado o antigo ódio entre judeus e samaritanos ?
É natural que a primeira reacção dos leprosos fosse a de procurar as suas famílias e amigos para dizer: Alegrem-se porque voltei e estou curado.
O samaritano também tinha certamente a sua família, mas ele deu prioridade a uma outra família. Procurou em primeiro lugar o Messias que o tinha curado.

Conclusão
Vamos terminar, deixando este exemplo para nossa meditação.
A unidade dos membros duma igreja depende disto afinal. Pois também entre nós, quanto mais importantes formos, mais desunida e mais fraca será a Igreja do Senhor.
Sempre tive medo dos crentes importantes. Quando no nosso íntimo nos sentimos importantes, ou por termos mais estudos, ou por termos contribuído mais para a igreja, ou por sermos os crentes mais antigos.... É sinal de que a igreja está doente. É sinal de que nos esquecemos do que somos na realidade e que na Igreja só há Um que é importante.
Os leprosos não tinham culpa de terem sido atacados pela lepra, mas nós somos culpados do nosso pecado. Dentro de cada um o homem velho, como diz Paulo ainda não está dominado.
É verdade que a igreja (edifício) não é um lugar especial, um lugar diferente como acontecia no Velho Testamento, não é o Templo do Velho Testamento com o seu lugar santo. O nosso Deus não está limitado ao templo.
Mas, se em vez de entrarmos nas nossas igrejas como membros de pleno direito, como pastores, presbíteros ou diáconos, como directores disto e daquilo... se tivéssemos de parar ao longe, antes de entrar na casa do Senhor e gritar... não digo: imundo...imundo... mas bem pior do que isso, se tivéssemos de gritar: pecador... pecador... Senhor, tende piedade de nós.
Se tivéssemos de aguardar que o Senhor nos convidasse a entrar, se sentíssemos que estamos na casa do Senhor não por mérito próprio mas só pela misericórdia do Senhor, se víssemos em cada irmão, outro leproso, outro pecador como nós que necessita da nossa ajuda e que só nós podemos ajudar.
Então a Igreja poderia ser mais unida, eficiente e poderosa, se nos lembrarmos daquilo que somos.
É só pela misericórdia do Senhor que Ele nos recebe e nos transforma para seu serviço

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Buscando a Provisão em Tempos de Crise

Buscando a Provisão em Tempos de Crise
 
 
Texto: 2 Rs 3.13-20

Introdução: Três reis (Jorão de Israel, Josafá de Judá e o rei de Edom) estão em marcha contra Mesa, rei de moabe. A causa: Mesa se rebelou contra Jorão, após a morte de Acabe, seu pai, e não mais lhe pagava tributo. No meio do caminho, após sete dias de marcha, se instala uma tremenda crise: estavam no deserto e sem água para o exército e para os animais. Era tempo de crise e angústia; tempo de deserto; tempo de sequidão. Nesse momento, todo o projeto de conquista se tornou inviável. Só Deus para trazer a solução. Chamam então o profeta Eliseu e o milagre acontece!

Como Ser Provido nos Tempos do Deserto?

1- Restaurar a Voz Profética:
Encher os céus com palavras proféticas. O inimigo sempre vai tentar inibir e paralisar a nossa voz profética. Nossas palavras constroem ou destroem reinos. Em tempos de crise e angústias, ouse liberar as palavras proféticas de provisão e vitória! No verso 17 lemos que ainda que nossos olhos não nos dêem pistas de que algo vai acontecer, Deus diz que a provisão virá! Aleluia! Nunca se intimide pelas impressões da sua alma, profetize que esse deserto se encherá da provisão de Deus e a vitória virá.

2- Restaurar os Atos Proféticos:
Toda profecia requer uma atitude compatível. Não basta liberar a palavra profética; precisamos realizar atos proféticos. São mensagens liberadas no plano físico com projeção para o plano espiritual.
- São atos de fé que se apóiam em palavras proféticas liberadas. O abrir covas foi um ato profético realizado debaixo da profecia de provisão. Antes das águas virem, eles precisavam demonstrar que criam e esperavam que elas chegariam. Além de liberar a palavra profética nos céus do deserto, é preciso ter, no deserto, atitudes de fé compatíveis com a profecia e a esperança. Não só libere palavras de vida e provisão sobre sua vida, cônjuge, filhos, família, células, discípulos etc., mas aja conforme a profecia liberada, mostrando que a sua palavra profética tem um selo ou memorial na Terra. Não diga só que ama, aja como quem ama! Não diga só que perdoa, aja como quem perdoa!

3- Restaurar a Adoração Profética:
No verso 20 vemos que no dia seguinte ao cavar as covas, na hora da adoração, as águas vieram. É poderosa a adoração liberada nos tempos de crise! Profecia e atos proféticos precisam ser regados pela adoração ao Senhor. Na adoração a provisão vem. O inimigo quer nos roubar a adoração, fazendo-nos reféns das crises, circunstâncias, emoções e sentimentos. Isto rouba a nossa identidade (a de adoradores) e a nossa provisão. Na adoração a glória de Deus vem e, com ela, a provisão sobrenatural do Senhor!

Conclusão: Adore ao Senhor em toda e qualquer situação. Encha os céus sobre a sua cabeça com palavras proféticas de vida e vitória. Profetize a solução. Semeie a boa semente para colher o bom fruto. Aja como quem já recebeu a vitória. Não se impressione com a visão do deserto ou da crise, tenha atitudes profeticamente corretas. Fale, aja e adore ao Senhor. A provisão virá! Deus é 100% fiel!

O Fator Barnabé

A Visão do Purê de Batatas

Pr. Abe Huber: Célula - O Poder da Igreja no Lar

MULTIPLICAÇÃO - PROPÓSITO DE DEUS - IGREJA EM CÉLULAS 2

Cadeira Vazia

Jesus cura os dez leprosos


Jesus cura os dez leprosos

Todos nós conhecemos a história da cura dos dez leprosos (registro em Lucas 17:.11-19), que foram curados por Jesus e da atitude de um deles, que tendo percebido que fora curado, retorna até onde Jesus estava para agradecer-lhe pelo feito. O moço era um samaritano, enquanto os outros nove seguiram seu caminho, o samaritano fez questão de retornar para mostrar sua gratidão.
O relato bíblico da cura dos dez leprosos, traz uma lição preciosíssima de gratidão, mas também de indiferença. Abaixo, trecho de uma homilia do Arcebispo Marcel Gervais, proferida na Catedral de Notre Dame, Ottawa, Canadá, que de forma eloquente discursa sobre a gratidão.
Gratidão faz-nos ver o bem. Quando somos gratos, reconhecemos que estamos em dívida, que recebemos mais do que merecemos. O que precisamos é ter algum “samaritano” em nós; o que precisamos é seguir o nosso instinto natural para ser grato. A primeira característica do cristão é ser grato.
No caminho para Jerusalém, Jesus estava atravessando a região entre Samaria e Galiléia. Ao entrar numa aldeia, dez leprosos se aproximou dele. Mantendo a distância, eles chamaram, dizendo: “Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós.” Ao vê-los, disse-lhes: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes.” E, indo eles, foram purificados.
Então um deles, quando viu que estava curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz. Ele se prostrou aos pés de Jesus e lhe agradeceu. E ele era um samaritano. Então Jesus perguntou: “Não foram dez os limpos? Mas os outros nove, onde estão?
Nenhum deles voltou para dar glória a Deus, senão este estrangeiro “Então ele disse-lhe:” Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.” (Lucas 17.11-19)
dez leprosos
A lepra era uma doença temida nos tempos bíblicos. Além de sofrer de deficiência física e desfiguração, uma pessoa aflita com a lepra era considerada ritualmente impura e proibida de entrar em contacto com pessoas saudáveis (Levítico 13:45-46).
Segregados da sociedade, aqueles que sofriam de lepra viviam na periferia das cidades e pedia esmolas, contando com a caridade para a sua sobrevivência.
Os dez leprosos que Jesus curou na história do evangelho foram reunidos por sua aflição comum. Desde sempre judeus desprezavam os samaritanos como apóstatas – pessoas que rejeitaram a fé – os dois grupos geralmente evitava o outro (2 Reis 17:24-41, Mateus 10:05, Lucas 9:52-55, João 4:90).
Mas, no desespero de sua condição, essas pessoas ignoraram essa animosidade habitual e compartilhou uma comunhão de sofrimento.
Conscientes de sua “impureza” e o risco de transmissão da sua doença contagiosa, os dez leprosos tiveram cuidado para não se aproximar muito perto de Jesus quando eles clamaram: “Mestre, tem misericórdia de nós”. A distância não impede que Jesus manifeste sua graça e decisão de realizar o milagre.
Jesus não curou essas pessoas no local; em vez disso, deu-lhes ordem para mostrar-se aos sacerdotes (Lucas 17:14). A Lei mosaica estipulava que a cura da lepra tinha que ser certificada pelos sacerdotes (Levítico 14:1-32) – desta forma, uma pessoa era declarada limpa e já não era um pária social.
Sensível a todos os aspectos da sua dor, a intenção de Jesus era, não só para restaurar essas pessoas para a saúde, mas também para garantir que elas seriam totalmente restaurado a sociedade normal, recebendo oficialmente um “atestado de saúde”.
Talvez este grupo de dez leprosos tinha ouvido falar sobre as maravilhas que Jesus estava realizando por toda a Galiléia; o seu clamor por misericórdia estava cheio de fé expectante. Eles acreditavam que Jesus poderia realizar milagres outra vez, curando-os, eles podem ter deixado Jesus cheio de esperanças e aumento da confiança.
Ou, ainda marcado pela devastação de sua doença, eles podem ter partido com a decepção, imaginando como os sacerdotes iria responder a eles. Em todo o caso, foi apenas depois que eles seguiram o seu caminho, obedecendo a diretiva de Jesus, que eles foram curados (Lucas 17:14).

Dos dez leprosos curados, apenas um alcançou a restauração da alma

Assim que um dos dez – um samaritano (Lucas 17:16) – tornou-se consciente de sua cura, ele correu de volta para Jesus, em voz alta, louvando a Deus (17:15). Sem esperar por um momento mais conveniente para ele! Ele simplesmente não podia deixar o mestre ir sem agradecer-lhe de imediato.
E quando a samaritana encontrou Jesus, lançou-se a seus pés (17:16) – o lugar adequado para reconhecer humildemente como indignos ele era da misericórdia de Deus e dar graças. Certamente tal expressão de gratidão trouxe a Jesus grande prazer.
A cura do samaritano por Jesus recorda o encontro do profeta Eliseu em Samaria com Naamã, um estrangeiro que também sofria de lepra (2 Reis 5:1-14). Inicialmente Naamã recusou-se a ordem de Eliseu para lavar no rio Jordão, mas quando ele finalmente obedeceu o profeta, “sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado” (5:14).
Ele voltou do rio para agradecer a Eliseu por sua cura e honrou o Deus de Israel (5:15). A limpeza de Naamã através da água é um tipo de batismo. A história também aponta para a adoção de estrangeiros na aliança de Deus e a universalidade da salvação (Isaías 56:3-8).
Da mesma forma, o relato evangélico de fé do leproso samaritano é um prelúdio para o fluxo de muitos samaritanos para a igreja através da pregação dos apóstolos, depois da ressurreição de Jesus (Atos 8:5-8, 14-17, 25).
As últimas palavras de Jesus ao samaritano – “a tua fé te salvou” (Lc 17:19) – ecoa a sua mensagem para a mulher que foi curada de uma hemorragia (08:48). Como ela, o homem agradecido foi dado muito mais do que bem-estar físico.
Através de sua fé e obediência, que havia recebido a totalidade do corpo e do espírito, a paz e a amizade com Deus em Cristo.

Células de Crescimento Cadeira Vazia MLP Araguari-MG Bp. Meister

Cadeira Vazia

O PROCESSO DE JESUS: O MOTIVO

O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? E Jesus disse-lhe: Eu o sou
(Marcos 14:61-62).

O PROCESSO DE JESUS: O MOTIVO

O julgamento do Senhor Jesus Cristo revelou processos judiciais irregulares! Os líderes religiosos apresentaram o caso contra o Inocente durante a noite, e a sentença de morte já havia sido decidida. Faltava só encontrar o motivo para tal veredito. Houve testemunhas suficientes, mas isso não bastou para a sentença, uma vez que os testemunhos eram contraditórios. Apesar de todas as argumentações, provavelmente discutidas de antemão, Deus não permitiu que o Seu Filho fosse declarado culpado por motivos duvidosos.
O acusado permaneceu em silêncio. Como o julgamento caminhava para um impasse, o sumo sacerdote que o presidia interveio com uma pergunta decisiva: "És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?".
O sumo sacerdote sabia do que estava falando: o Messias tinha de ser o Filho de Deus. Seu povo Israel estava esperando por Ele, como o Antigo Testamento mostrou. Isso estava bem testificado.
Mas ele e a maioria dos outros setenta presentes não estavam preparados para admitir que o prisioneiro silencioso era o Messias, embora Ele tivesse dado provas convincentes de Sua identidade desde o início. Neste ponto do processo Jesus quebrou o silêncio e respondeu: "Eu sou", e acrescentou algumas afirmações que irritaram Seus acusadores. 
Talvez poucos são os que percebem que saber se Jesus é o Cristo ainda é um assunto de vital importância hoje, e isso não só para os judeus. Ele é o enviado de Deus? Não podemos contornar esta questão, pois ela diz respeito ao nosso próprio bem ou ao nosso mal.

Apóstatas do Novo Testamento

Apostasia, Anjos e Juízo

Renald E. Showers
Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez por todas, que o Senhor, tendo libertado um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia; como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição. Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam autoridades superiores. Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem. Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá” (Judas 5-11).
A apostasia não é algo novo. Embora ela possa parecer pior hoje do que em anos anteriores, ela tem estado por aí desde quase sempre; e ela colhe o juízo de Deus.
Apóstata é aquela pessoa que abandona a religião, os princípios, o grupo ou a causa aos quais era associada e cujos ensinamentos professava anteriormente.[1] O livro de Judas dá exemplos de apóstatas dos tempos do Antigo Testamento e do juízo divino que esses apóstatas colheram.

Apóstatas do Antigo Testamento

O primeiro exemplo envolve o povo de Israel, a quem Deus havia trazido do Egito sob a liderança de Moisés (Jd 5). Todos ficaram muito satisfeitos em ser libertados da escravidão e do sofrimento que haviam experimentado durante muitos anos. Mas os incrédulos entre os israelitas ficaram satisfeitos meramente por motivos egoístas, em vez de ser pela honra e glória de Deus. Como conseqüência, Deus, “destruiu, depois, os que não creram” (Jd 5).
O segundo exemplo de Judas envolve um grupo de anjos, a quem Deus criou para um domínio angélico especial, ou esfera de influência (v.6).[2] Aparentemente, esses anjos ficaram satisfeitos com seu poder sobrenatural de influência, mas decidiram usá-lo por motivos egoístas em vez de ser para os propósitos de Deus. O pecado dos anjos consistiu em quatro ações:
1. Abandonar o domínio que lhes havia sido ordenado por Deus, ou sua esfera de influência, a fim de se tornarem parte de um domínio diferente.
2. Abandonar “seu próprio domicílio” (v.6). Esses anjos desertaram da habitação ordenada por Deus para os anjos nos céus,[3] a fim de viverem em outro local.
3. Entregar-se à “prostituição” (v.7). O versículo 7 começa, dizendo: “Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas”. Alguns intérpretes afirmam que o versículo 7 não tem nenhuma relação com os anjos do versículo 6.[4] Eles insistem que as palavras “como aqueles”, no versículo 7, se referem às cidades de Sodoma e Gomorra e não aos anjos do versículo 6, e que Judas estava dizendo que as cidades ao redor de Sodoma e Gomorra se entregaram à imoralidade sexual de maneira semelhante às de Sodoma e Gomorra.
No entanto, a palavra “cidades” em grego é feminina. Diferentemente, as palavras gregas traduzidas por “como aqueles” no versículo 7, e “anjos” no versículo 6 são ambas masculinas. Assim, “como aqueles” no versículo 7 deve referir-se aos anjos do versículo 6, e não às cidades de Sodoma e Gomorra.[5] Judas estava dizendo que Sodoma e Gomorra e as cidades ao redor destas pecaram como os anjos do versículo 6, cometendo imoralidade sexual.
Todavia, isto não significa que os anjos se entregaram ao mesmo tipo de imoralidade sexual que os homens daquelas cidades perversas. A palavra grega traduzida por “prostituição” no versículo 7 se refere a qualquer tipo de relacionamento sexual proibido por Deus.[6] A imoralidade sexual dos homens de Sodoma e Gomorra, e das cidades da circunvizinhança, envolvia irem atrás de “outra carne”. Ir “após outra carne” significa “ter relações sexuais antinaturais”.[7] Os homens se envolveram em relações sexuais não-naturais uns com os outros, embora Deus tenha criado seres humanos masculinos para serem sexualmente alheios a outros seres humanos masculinos (Lv 18.22; Lv 20.13; Dt 23.17.
4. Ir “após outra carne” (v.7). A imoralidade sexual dos anjos também envolvia ir atrás de “outra carne”. Deus criou anjos como seres espirituais, sem corpos físicos de carne e osso. Assim, os anjos do versículo 6, contrariamente à sua natureza e ao que Deus pretendia, buscaram ter relações sexuais com carne física. O final do versículo 6 indica que Deus puniu esse pecado quádruplo confinando-os a um lugar lúgubre de trevas, onde Ele os mantém até o juízo final deles no fim da história desta Terra: Ele os reservou em “algemas eternas” para o juízo do grande dia.
O apóstolo Pedro tinha em mente esses mesmos anjos quando escreveu:
Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo. E não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas” (2Pe 2.4-5).
Várias coisas devem ser observadas relativamente a estes comentários: Primeiro, Pedro estava se referindo a um grupo de anjos a quem Deus havia confinado e acorrentado em um terrível lugar de trevas no passado.
Segundo, embora a tradução chame esse lugar de “inferno”, Pedro não usou a palavra do Novo Testamento para “inferno” (Hades) nesta passagem. Em vez disso, ele usou a palavra Tártaro. O mundo antigo entendia Hades e Tártaro como duas coisas distintas. Tanto os escritores apocalípticos gregos como judeus consideravam Tártaro como “um lugar subterrâneo, mais baixo que o Hades, onde o castigo divino era executado”.[8] O capítulo 22, versículo 2, do Livro Apócrifo de Enoque apresenta o Tártaro como o lugar de punição para os anjos caídos. Pedro estava indicando que esses espíritos maus estão aprisionados no mais profundo abismo das trevas.
A Segunda Carta de Pedro 2.4 é o único texto no Novo Testamento em que esse lugar de juízo é mencionado com seu próprio nome. Várias outras passagens se referem a ele através de seu termo descritivo, como o “poço do abismo” (literalmente “o abismo”). A palavra “abismo” significa “impenetravelmente profundo”. Escritores apocalípticos judeus o chamavam de “o lugar onde espíritos andarilhos [fugitivos, vagabundos], estão confinados” (Jub. 5:6ss; Eth. En. 10:4ss; 11ss; 18:11ss; Jd. 6; 2 Pe 2.4).[9]
Terceiro, o Tártaro é somente um lugar temporário de juízo para os anjos ali confinados. No final da história desta terra, eles, juntamente com Satanás e os anjos caídos, serão destinados a um outro lugar de juízo: o eterno Lago de Fogo (Mt 25.41; Ap 20.10).
Quarto, Pedro deixou bem claro que esses anjos já estavam no Tártaro por causa de um pecado que cometeram antes que a carta fosse escrita. Esse pecado não foi o pecado angelical original, a saber, a rebelião contra Deus porque, se o fosse, então todos os anjos – inclusive Satanás – estariam ali confinados. Em vez disso, tinha que ser um pecado mais repugnante, cometido por esse grupo de anjos depois da rebelião original dos anjos contra Deus.
Antes e depois do tempo de Cristo na Terra, o entendimento sobre Gênesis 6.1-4 era de que “os filhos de Deus” (Gn 6.1) eram anjos que haviam se casado com “filhas dos homens” humanas, produzindo descendentes gigantes, que se tornaram “varões de renome” antes do Dilúvio. Esses anjos abandonaram sua esfera de influência designada e esvaziaram a residência dos anjos nos céus.
A Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento hebraico, produzida por estudiosos judeus dos séculos II e III antes de Cristo, indica que “os filhos de Deus” de Gênesis 6 eram anjos.[10] O Livro de Enoque (o qual Judas cita nos versículos 14-15) e o Livros dos Jubileus, literatura judaica produzida nos séculos II e III antes de Cristo, apresentavam a mesma visão.[11] O mesmo fez Josefo, o famoso historiador judeu do século I d.C.[12] Esta visão também foi a posição histórica da Igreja primitiva até o século IV d.C.
O juízo de Deus sobre os homens de Sodoma e Gomorra, e das cidades circunvizinhas, serve como exemplo daqueles que sofrerão a punição do fogo eterno (Jd 7).

Apóstatas do Novo Testamento

Começando no versículo 8, Judas aplicou o exemplo dos apóstatas do Antigo Testamento aos apóstatas do versículo 4, que haviam se infiltrado enganosamente para dentro das igrejas. Eram falsos profetas que afirmavam “ter visões e sonhos”,[13] criam que a graça de Deus permitia imoralidade sexual e desprezavam a autoridade do senhorio de Cristo em suas vidas. Além disso, como meros humanos, eles acharam que poderiam repreender os anjos.
Judas contrastou as ações deles com as de Miguel, o arcanjo (um anjo de alta posição), que, quando em disputa com Satanás acerca do corpo de Moisés, disse: “o Senhor te repreenda!” (v.9), em vez de ousar ele mesmo repreender Satanás. Judas usou esse exemplo para aconselhar os apóstatas a terem cuidado em repreenderem os anjos, que são muito mais poderosos que eles.
No versículo 10, Judas acusou esses apóstatas de blasfemarem sobre coisas que eles ignoravam e, como animais irracionais, se corromperem com coisas que entendiam por instinto natural.
No versículo 11, Judas declara: “Ai deles!”, por causa de três coisas que haviam feito:
1. “Porque prosseguiram pelo caminho de Caim”, rejeitando a ordem de Deus e a autoridade de Seu senhorio a fim de fazerem o que queriam.
2. “Movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão”. Assim como Balaão usou gananciosamente seu ministério profético para enriquecer, esses homens enganosamente afirmavam ter visões significativas em sonhos a fim de ficarem ricos.
3. “E pereceram na revolta de Corá”. Assim como Corá pereceu por causa de sua rebelião contra Moisés (Nm 16), esses apóstatas também pereceram por causa da rebelião contra os líderes da Igreja designados por Deus.
Deus certamente é rápido em perdoar e lento para se irar, mas finalmente Ele tratará da apostasia